Em tempos em que há uma intensificação do uso de ferramentas e meios digitais para a divulgação, venda e atendimento ao cliente, muitos podem tomar como certo que a regra do momento é ter tudo virtual, automatizado, impessoal, distante e barato, independentemente do que você faça profissionalmente. O “100% digital” é apenas um modelo de negócio, com certeza adequado a algumas indústrias e estratégias de posicionamento, entre várias outras formas de atuar que estão presentes no mercado. Entre o “100% digital” e o “100% analógico” existem importantes variações, uma vez que também temos diferentes tipos de mercado, nichos, estruturas organizacionais, competências (do proprietário ou sócios), necessidades dos clientes, personalização e intimidade na entrega etc.
Para uma grande quantidade de profissionais, que atuam de maneira autônoma ou com uma estrutura pequena, como consultores, coaches, mentores, head hunters e outras formas de atuação, a conexão com o cliente final pode ser a chave que irá impedir que o cliente migre para um concorrente.
Um dos caminhos para aumentar a conexão com clientes é compartilhar a sua autenticidade, mostrando não só o que é comprovadamente competente, mas também as próprias vulnerabilidades, isso obviamente na hora certa, no momento correto, com as pessoas apropriadas e em harmonia com o mundo ao redor. Um cuidado é não mostrar as fragilidades e erros do passado como uma vítima do mundo, mas como uma pessoa madura, bem resolvida, que se valoriza e tem clara consciência de suas qualidades e limitações.
Para expor as vulnerabilidades é necessário coragem.
Um dos caminhos para o exercício pleno da autenticidade é a busca ininterrupta pelo autoconhecimento, autoaceitação e apreço por quem é, nas diversas dimensões em que uma pessoa pode se analisar e conhecer. Não podemos esquecer também a importância da busca contínua pelo autodesenvolvimento e aprimoramento do autogerenciamento.
Pessoas que não são autênticas podem ter dificuldade de sustentar a imagem desejada o tempo todo e em todos os lugares que frequenta. Podem passar a impressão de que estão sempre alertas ou representando um papel, não deixando que outros se aproximem, mostrando desconforto ou se esquivando de perguntas que poderiam fazer com que a máscara caísse. Relacionamentos imprevisíveis trazem insegurança.
Uma precondição para uma conexão verdadeira e duradoura é que haja confiança entre as partes.
Ao analisar uma relação profissional, para que não haja expectativas frustradas, é importante separar aquelas que existem por afinidades pessoais daquelas que contêm apenas um interesse financeiro, por exemplo.
Relações comerciais onde não haja conexão e confiança contribuirão para que o cliente acredite que os produtos ou soluções são iguais e, em razão disso, ele irá possivelmente optar pelo mais barato. Querer vender algo pedindo ao cliente uma reunião, seja esta por telefone, meio virtual ou presencial, sem antes ter um vínculo de credibilidade, irá incomodar, irritar ou até deixar uma má impressão, para o potencial cliente, quando este só estiver interessado em preço (baixo). Enviar propostas longas ou denso material de apoio, para sustentar a qualidade e o profissionalismo do que faz, também será inútil, se o cliente não o conhecer e não confiar em você.
Relacionar-se consistentemente de maneira autêntica, honesta, adequada e respeitosa irá gerar confiança no potencial cliente, aumentando assim as interações por afinidade e alinhamento de valores. Por consequência, conexões sólidas serão formadas e, certamente, clientes serão conquistados e mantidos, para sempre.
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