Um treinamento, coaching ou outros tipos de intervenção muitas vezes são vistos apenas como uma maneira de corrigir uma má performance, ou seja, são requisitados quando há problemas de resultado. Se seguirmos esse raciocínio, atletas apenas treinariam quando e se cometessem erros ou tivessem um rendimento insatisfatório. Por esse princípio, em tempos de olimpíada, iríamos notar que provavelmente os melhores atletas, os quais cometem menos erros, seriam os que teriam a menor carga de treinamento e orientação! Mas será que é assim que funciona para atletas de alto rendimento? Eles treinam apenas para corrigir erros, ou quando estão para serem desligados de suas respectivas equipes, por rendimento insatisfatório?
Identificar “gaps” de desenvolvimento, ou seja, mensurar a distância entre o desempenho desejado e o atual, pode ser imprescindível para melhorar os indicadores de desempenho.
No entanto, o conceito de intervenções organizacionais direcionadas a pessoas transcende apenas o desejo de melhorar algo que não está bom, ou que apresenta um rendimento insatisfatório. Aqui vamos entender o conceito de “intervenção” como uma ação, iniciativa ou contribuição, conduzida por uma pessoa (interventora) que não faz parte da situação.
A pessoa “interventora” pode ser uma consultora, treinadora, coach, selecionadora de pessoas ou outras denominações relativas a profissionais que podem atuar como mediadores, em quatro tipos de situações relativas à performance. São eles:
- Iniciar ou implantar performance.
- Melhorar a performance. Neste caso, já é possível mensurar o resultado atual e comparar com o desejado. Após identificar e analisar o “gap”, é definida qual a melhor intervenção.
- Manter a performance como está. O objetivo é a manutenção dos indicadores, identificados como favoráveis, como estão. Muitas vezes o objetivo, aqui, pode ser apenas garantir que eles não piorem.
- Cessar um desempenho, o que pode estar relacionado a uma demissão, mudança de uma linha de produtos, localização geográfica ou estratégia.
Quando pensamos em intervenções direcionadas a pessoas, podemos ter três abordagens. São elas:
- Para uma pessoa. Como exemplos, podemos ter o coaching, o mentoring e o counselling.
- Para um time, departamento ou grupo de pessoas (nível hierárquico, por exemplo), onde o treinamento de Team Building pode ser uma atividade indicada.
- Para a empresa como um todo: podemos ter uma palestra no final do ano, como uma maneira de reconhecer os bons resultados atingidos, como um “presente” por encerramento de ciclo.
A seguir, temos um quadro onde podemos ver mais alguns exemplos de intervenções, todas com a possibilidade de utilização da metodologia DISC, de análise de perfil comportamental.
Algumas das intervenções acima podem ter mais de uma aplicação, como o coaching, por exemplo. Outras ferramentas de assessment e outros recursos também podem ser utilizados nas intervenções citadas. Obviamente que há muitas outras importantes intervenções, que não foram mencionadas no quadro acima.
Quando pensamos em empresas de consultoria e treinamento, é recomendável que estas construam um banco de intervenções, com a indicação de quais serão de domínio interno, quais serão através de parceiros contratados, parceiros que serão indicados ao cliente ou que simplesmente não irão se envolver.
Profissionais, times ou empresas que querem se sobressair e ser reconhecidos pelas suas qualidades e resultados positivos deveriam se espelhar nos atletas, times e países de alto rendimento no esporte.
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